domingo, 20 de setembro de 2009

Linguagem Corporal vira tema no Enem


Ligado à matriz de habilidades da área de linguagens, o assunto está causando um "nó" na cabeça dos estudantes. Será que é preciso agora entrar num grupo de dança ou se matricular na academia para entender de linguagem corporal?
Segundo os professores, não é isso o que o Ministério da Educação (MEC) quer. O que será avaliado na prova nacional - que vai substituir o vestibular das universidades federais do estado - é a capacidade de interpretação dos movimentos do corpo. É necessário compreender as diversas manifestações culturais (danças, lutas, rituais e cerimônias), aspecto que deve ser mais ligado aos testes das ciências sociais, e reconhecer a importância das atividades físicas para o bem estar, conceito que pode ser cobrado na prova de ciências.
Antes de "viajar" no tema, o fera precisa perceber a diferença entre expressão e linguagem corporal. Enquanto a primeira diz respeito apenas aos movimentos do corpo propriamente dito (danças e exercícios da academia), a segunda abrange a movimentação corporal como meio de comunicação (não-verbal). "O Enem quer que o jovem tenha uma leitura cultural de mundo. A banca pode mostrar uma imagem do toré (ritual indígena) e pedir interpretações ao aluno. Não apenas sobre o que o toré mostra, mas de elementos que envolvam história, língua portuguesa, sociologia", explica o professor de português do Colégio Equipe, Daniel Bandeira. Ele afirma que o uso da linguagem corporal pode ser utilizado, inclusive, como tema de redação da prova nacional. "Não é algo impossível", aposta.
Para a professora de português Betânia Ferreira, do UTI Centro Educacional, na Jaqueira, a leitura da linguagem corporal é simples. "O fera não precisa saber dançar para saber o que o corpo ou o rosto querem comunicar através da dança ou de uma prática esportiva. É mais uma questão de sensibilidade e de atenção ao significado das expressões contidas na imagem", ensina. Ela afirma que a interpretação da linguagem não-verbal através do corpo não chega a ser novidade para os alunos pernambucanos. "Há 15 anos a Comissão de Vestibular (Covest), que foi responsável pela 1ª fase das federais até o ano passado, já havia utilizado esse recursos em questões de português", comentou. A fera de pedagogia Ketully Leal, 20 anos, vivencia os movimentos do corpo no dia a dia. Ela é bailarina há nove anos. "Qualquer movimento que o corpo faz é linguagem corporal. Essa é a maneira de transmitir o que se sente através do corpo. É tão natural quanto andar, comer ou respirar", define.
Educação Física - Como o Enem cobra assuntos inseridos no contexto interdisciplinar, o Colégio Contato está promovendo aulas conjuntas entre as equipes de literatura e de educação física. "Você pode perceber como se comportavam e viviam pessoas de uma determinada época só observando fotos ou pinturas. É por meio da linguagem do corpo que determinamos se elas eram mais recatadas, se sofriam ou viviam em liberdade. A dança, por exemplo, é uma manisfestação que existe desde a Pré-história", justifica professora de educação física Luciana Mendes. O colega Antônio Galdino ressalta que o interesse dos alunos aumento desde que o programa do Enem foi divulgado. "As aulas de educação física estão mais frequentadas e o interesse dos meninos aumentou", assegura.


Fonte: www.educacaofisica.com.br/noticias_mostrar.asp?id=6755

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